Euripedes Constantino Miguel é Professor Titular e Chefe do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Professor Associado Adjunto do Child Study Center da Yale Medical School da Yale University, e do Departamento de Psiquiatria Ciências do Comportamento da Duke University. Desde 1994, liderou projetos de pesquisa na área de transtorno obsessivo compulsivo (TOC). Foi o fundador e coordenador do Programa de Transtornos do Espectro Obsessivo-Compulsivo (PROTOC) em sua Instituição (1994-2009). Desde 2003, é Coordenador do Consórcio Brasileiro de Pesquisas do Transtornos do Espectro Obsessivo-Compulsivo (C-TOC), que inclui as mais importantes universidades brasileiras e gerou inúmeros artigos internacionais. Contribui e participa de vários consórcios internacionais (Grupo de Trabalho ENIGMA-OCD, Consórcio de Imagem do Cérebro TOC ? OBIC e Projeto Colaborativo Internacional de Genética da OCD Foundation). Tendo como foco o TOC, foi agraciado por três vezes com Projetos Temático pela FAPESP e, recentemente, pela Instituto de Saúde Mental Americano (NIMH) (com colaboradores dos Estados Unidos, Índia, África do Sul e Holanda). Desde 2009, é o responsável pela Disciplina de Psiquiatra da Infância e Adolescência em seu Departamento. Nesta nova fase iniciou diversas linhas de pesquisa que culminaram com a criação, em 2009, do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Psiquiatria do Desenvolvimento para Crianças e Adolescentes (INPD) (www.inpd.org.br) com apoio do CNPq e da FAPESP, o qual coordena desde então.
O INPD tem como missão implementar um programa que articula geração de ciência e tecnologia, desenvolvimento de recursos humanos e transferência de conhecimento para a sociedade na área de saúde mental infantil. Dois grandes projetos compõem sua plataforma de pesquisa atual focada no desenvolvimento infantil. O Programa Primeiros Laços é uma intervenção baseada num programa de visitação domiciliar por enfermeiros com mães adolescentes e seus filhos em condições adversas. A partir de achados positivos no desenvolvimento do recém-nascido observado num primeiro estudo (apoiado pelo Grand Challenge Canadá – Saving Brains e pela Fundação Gates e CNPq), um ensaio randomizado controlado com um número maior de jovens gestantes (200) para promover o desenvolvimento intrauterino saudável encontra-se em curso. Além disso, um projeto para testar sua efetividade em uma outra cidade esta sendo negociado com a iniciativa privada. Se adotado e disseminado pelo poder público e privado, este programa tem o potencial de produzir impacto relevante nas próximas gerações de brasileiros e capital mental do país. O segundo projeto de destaque, a Coorte de Alto Risco, é um estudo de neurociência populacional que utiliza um desenho de coorte acelerado para mapear o desenvolvimento de 2.500 crianças. Este projeto procura caracterizar as trajetórias de neurodesenvolvimento associadas aos transtornos mentais. Importantes fatores de risco e marcadores biológicos para transtornos mentais já foram identificados. Sobre eles, novas intervenções poderão ser testadas para prevenir ou atenuar a expressão destes transtornos. Mais de 50 artigos internacionais já foram publicados a partir destas bases de dados.
Entre 1997 e 2007 foi um dos editores e desde então é Editor Emérito da Revista Brasileira de Psiquiatria. Hoje é membro do American College of Neuropsychopharmacology, da Society of Biological Psychiatry e da Associação Brasileira de Psiquiatria. Supervisionou mais de 60 alunos (desde o nível de graduação até o pós-doutorado. Editou 13 livros, publicou mais de 300 artigos, os quais foram citados cerca de 10.000 vezes, lhe conferindo um índice h de 52 (citação do Google Scholar). Para acesso a todas às suas publicações utilizar o link: https://scholar.google.com/citations?hl=en&user=hd03BJ0AAAAJ